
Cafezinho
[ca-fe-zi-nho] nome masculino.
Tem aquele cafezinho passado na hora?
Davi
Todos os dias, acorda com o cheiro do pó a ferver — é quase lei.
Diz que nada substitui um bom café coado com calma, daqueles que perfumam a casa toda.
E entre um gole e outro, jura que é o café que faz o Brasil girar.


O café que chega à nossa chávena pode parecer coisa simples — um gole de energia e conforto —, mas o caminho que ele percorre é digno de um mapa-múndi.
Tudo começa numa faixa de calor tropical onde o clima é perfeito para a magia acontecer: o famoso cinturão do café. E é dentro dessa faixa que se desenha um verdadeiro campeonato mundial de produção, onde países inteiros vivem ao ritmo das colheitas e exportações.
Do Brasil às colinas da Etiópia, passando pelo Vietname, a geografia do café é tão rica quanto o seu aroma.
Nem todo o café nasce igual. No mundo dos grãos, há dois nomes que dominam o jogo: Arábica e Robusta. São como irmãos com personalidades opostas — um mais elegante, outro mais intenso. O Arábica é o queridinho dos especialistas, mais doce e aromático; o Robusta é o bruto da família, forte, encorpado e com mais cafeína no sangue.
Se há coisa que o Brasil exporta, além de samba e futebol, é café.
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De Gilberto Gil às novelas da Globo, o cafezinho é figurante frequente. Porque, se há café, há história.
Os EUA continuam a liderar as importações de café brasileiro.
Os Estados Unidos mantêm-se como o principal destino do café brasileiro. Em 2023, importaram 4,9 milhões de sacos, representando 16,2% das exportações totais do Brasil.
Apesar de uma queda em relação ao ano anterior, o consumo de café continua a crescer, com destaque para o aumento da popularidade do café gelado (cold brew), que já representa cerca de 25% da procura.
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Fonte: Forbes, 2024

China: um novo apreciador do café brasileiro
A China está a tornar-se um mercado emergente para o café do Brasil. Em 2023, importou 1,4 milhões de sacos, um aumento impressionante de 278,6% em relação a 2022.
Este crescimento reflete uma ocidentalização dos hábitos de consumo chineses, impulsionada por jovens profissionais e estudantes.​
Fonte: Forbes, 2024
Concorrentes a importar café do Brasil? Sim, acontece!

A Colômbia, tradicional concorrente do Brasil na produção de café, importou 964,3 mil sacos de café brasileiro em 2023. Devido a condições climáticas adversas, como 34 meses consecutivos de chuvas, a produção colombiana foi afetada, levando o país a recorrer ao café brasileiro para fazer face à procura interna e aos compromissos internacionais.
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Fonte: Forbes, 2024

Reconhecimento Internacional
O Brasil não apenas exporta café, mas também talentos.
Em abril de 2024, o mineiro Dionatan de Almeida, provador de café das fazendas Caxambu e Aracaçu, conquistou o título de campeão mundial no World Cup Tasters Championship, realizado em Chicago (EUA).
Este feito inédito destaca a excelência brasileira na arte da degustação de café.
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Fonte: Forbes, 2024

O grão pode ser pequeno, mas o impacto é gigante.
No Brasil, cada saca de café carrega séculos de história, trabalho árduo e inovação.
De plantações que se estendem até onde a vista alcança a provadores de elite que afinam o paladar como quem afina um instrumento, o país construiu uma sinfonia de saberes e sabores — e continua a afiná-la todos os dias.
Não é só a cafeína que corre nas veias brasileiras: é a persistência de quem acorda cedo para colher, de quem investiga novas formas de produzir sem ferir o planeta, de quem leva o aroma e o gosto do Brasil para os quatro cantos do mundo. Entre recordes de exportação, prémios internacionais e curiosidades que nos fazem olhar para a chávena com outros olhos, o café brasileiro mostra que é possível ser tradicional e vanguardista ao mesmo tempo.
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E se é verdade que cada chávena conta uma história, então o Brasil é um verdadeiro contador de histórias em escala industrial — com sotaque forte, sotaque quente e um travo doce no fim.
